Quando Wenceslao Fernández Flórez publicou ‘El bosque animado’ em 1943, uma obra literária carregada de simbolismo naturalista, apresentou ao mundo um fantástico romance em que um narrador onisciente era testemunha do dia a dia dos habitantes de uma floresta, a galega Fraga de Cecebre. Usando sua posição privilegiada, Fernández Flórez nos apresenta uma fauna silvestre com alma antropomórfica que seria impossível de conhecer de qualquer outra forma.
Essa vontade de ver sem ser visto, de observar os animais em seu habitat sem intermediários, de descobrir os habitantes da floresta sem medo de causar rejeição ou um estado de alerta com nossa presença, é o que levou a Área de Meio Ambiente da ACCIONA, sete décadas após a publicação do livro ‘El bosque animado’, a lançar seu projeto de câmera trap.
Neste caso, o narrador onisciente foi substituído por quarenta e duas câmaras de foto e vídeo com sensores que são ativados pelo movimento. Aproveitando trinta instalações e locais da empresa, foram colocadas câmeras trap em usinas térmicas solares, fazendas eólicas, estações de tratamento de água, estradas e vinhedos na Galiza, Madri, Castela e Leão, Castela La Mancha, Valência e Estremadura com o objetivo de captar algumas das quase cem espécies de mamíferos que vivem na Península Ibérica em seu ambiente habitual.