As mulheres e as energias renováveis compartilham um denominador comum: apesar de sua riqueza, ao longo da história, nem a ciência nem o pensamento foram capazes de dar a elas seu lugar.

Durante centenas de anos, estivemos esvaziando os recursos como o petróleo e o carvão do planeta. O resultado é o esgotamento da natureza e a crise climática inevitável que ameaça o futuro da humanidade. Entretanto, o sol, a água e o vento permaneceram desaproveitados, pacientes e inesgotáveis desde o início dos tempos esperando sua chance de provar que são a alternativa energética do futuro.

A mulher, por sua vez, também foi forçada pela história a permanecer à margem. Temos uma longa tradição na qual a formação e o desenvolvimento profissional são exclusivamente para os homens. Exceto em casos excepcionais, as mulheres não foram autorizadas a participar de fóruns intelectuais e científicos. Perdemos 50% de nosso potencial.

No entanto, este paradigma está mudando. Avançamos para o uso generalizado das energias renováveis para potenciar os recursos inesgotáveis do planeta, assim como para a liderança das mulheres para devolver à civilização a outra metade de seu potencial. Se o denominador comum de ambas tem sido seu silêncio, agora pode ser seu protagonismo.

Homeward Bound, apoiada pela ACCIONA, é uma dessas iniciativas que hoje está liderando esta mudança. Além disso, o faz reunindo as duas: empoderamento da mulher no cenário da mudança climática. Leia mais aqui.

Algo parecido a esta frase deve ter pensado Fabian Dattner, empresaria social e ativista de liderança australiana, quando criou Homeward Bound. Empunhando a ciência como se fosse uma espada e mostrando um profundo senso de insubordinação às regras estabelecidas pela sociedade, ela desenvolveu este programa pioneiro que desafiou a falta de presença feminina nas mesas de decisão. 

Contudo, o que é Homeward Bound? É um projeto apoiado pela ACCIONA que empodera as mulheres profissionais do âmbito científico e tecnológico a liderar a luta contra a crise climática. Começou oficialmente em 2016 com um objetivo ambicioso: criar nos próximos 10 anos uma rede de 1.000 mulheres bem equipadas com ferramentas e habilidades para liderar políticas, projetos de pesquisa e práticas alternativas que garantam um mundo mais sustentável. “A mãe natureza precisa de suas filhas” é o lema.

Anualmente, o Homeward Bound seleciona cerca de 100 mulheres vinculadas com a ciência que recebem treinamento durante todo o ano sobre liderança científico, comunicação e pesquisa sobre o aquecimento global.

O ápice do programa é uma expedição à Antártica durante 3 semanas para estudar, em um dos lugares mais vulneráveis da Terra, os efeitos das políticas irresponsáveis na gestão dos recursos naturais.

Homeward Bound já completou uma nova edição.